São Paulo - Obra conta com registros importantes sobre o rádio, que está completando 100 anos no Brasil
A trajetória da TV Tupi de São Paulo está sendo retratada por meio do e-book TV Tupi - do Tamanho do Brasil com uma versão atualizada, ampliada e gratuita. A obra lançada originalmente em 2020 pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) para celebrar os 70 anos da TV brasileira, destaca a história do rádio no país. Os autores são Maurício Viel — jornalista e pesquisador do rádio e da TV — e Elmo Francfort — jornalista, professor e diretor do Memória ABERT e do Museu da TV, Rádio & Cinema.
O livro destaca que a televisão surgiu a partir da estrutura do rádio e, para falar sobre isso, os autores do livro foram buscar detalhes nas raízes do rádio no mundo e no Brasil. O resultado é que informações minuciosas e comprovadas são passadas ao leitor, mostrando como foram as primeiras transmissões de rádio broadcast no mundo e no Brasil, quando, há exatos 100 anos, em 7 de setembro de 1922, foi inaugurada a Exposição do 1º Centenário da Independência no Rio de Janeiro.
A estação ganhou o prefixo SPC e era apenas demonstrativa. Operaria por alguns meses, durante a permanência da exposição. Durante este tempo, uma outra estação de radiotelegrafia do governo, situada também no Rio de Janeiro, passou igualmente a irradiar alguns eventos da Exposição no período noturno e, logo depois, iniciou a produção de alguns programas exclusivos.
Essa foi a estação SPE da Praia Vermelha, que mais tarde se chamaria Rádio Club do Brasil. No ano seguinte (em 1923), foi a vez da antológica Rádio Sociedade do Rio de Janeiro iniciar suas transmissões, sob direção do antropólogo Roquette Pinto, emissora que está no ar até hoje, operando como Rádio MEC AM.
Os autores do livro também mostram a história das rádios Difusora “Jet Music” e Tupi de São Paulo, o início do FM no Brasil e abordam a velha discussão sobre considerar ou não a Rádio Clube de Pernambuco como a primeira emissora de rádio do país. Para tanto, são mostradas comprovações de que, em 1922, completavam-se dois anos em que esta emissora vinha transmitindo sinais de radiotelegrafia (Código Morse) e não de radiofonia (broadcast).
E-book ou Impresso
O e-book pode ser acessado gratuitamente no site Memória ABERT (memoria.abert.org.br). Para quem preferir, também está disponível a versão impressa, que pode ser adquirida pela plataforma Clube de Autores, no endereço www.clubedeautores.com.br/livro/tv-tupi-do-tamanho-do-brasil. Os autores abdicaram dos direitos autorais e os custos refletem apenas a impressão e o envio.
Sobre a Obra
A trajetória da pioneira TV Tupi é o fio-condutor da história da televisão brasileira, que, em 18 de setembro de 2022, completará 72 anos. Em TV TUPI - DO TAMANHO DO BRASIL, são mostrados detalhes técnicos, desde as primeiras experiências com televisão no país — feitas por Roquette Pinto no Rio de Janeiro, em 1933. São narrados os passos de Assis Chateaubriand (o magnata das comunicações no Brasil), desde sua decisão de implantar, em 1946, duas estações de TV no Brasil (as TVs Tupi do Rio de Janeiro e de São Paulo), passando pela importação e montagem dos equipamentos, a fase experimental, o show de inauguração e o desenvolvimento tecnológico e estrutural da TV Tupi - Canal 3 de São Paulo. Por fim, há um apanhado geral sobre seus quase 30 anos de operação, a crise, o seu fechamento e o destino de seu patrimônio.
Os autores primam pela pesquisa aprofundada, corrigindo diversos erros cometidos quando se conta a história da TV brasileira. Trazem à tona diversas informações importantes sobre os primórdios da TV e mostram, por exemplo, que a primeira emissora que começou a ser montada no Brasil não foi propriamente a TV Tupi; que, ao contrário do que se conta, havia aparelhos receptores disponíveis para a inauguração da TV Tupi de São Paulo; e que é falsa a história de que não haviam pensado no que exibir no dia seguinte à inauguração da Tupi de São Paulo.
Com muitas informações inéditas, TV TUPI - DO TAMANHO DO BRASIL tem excelente e detalhado conteúdo, numa leitura obrigatória para estudantes, pesquisadores e simpatizantes da comunicação. São 698 páginas e mais de 300 fotografias, muitas delas inéditas.