São Paulo – Em nota, grupo confirma que foram concluídas as negociações com o MPF sem que fosse obtido um acordo
O Ministério Público Federal (MPF) e o Grupo Jovem Pan não chegaram a um acordo e a Ação Civil Pública que pede a cassação de concessões públicas do grupo de mídia e a seguirá tramitando na 6ª Vara Cível Federal de São Paulo. Portanto, ainda não há qualquer decisão prolatada sobre o caso. Segundo o MPF, a ação foi proposta por entender que as emissoras do grupo realizaram divulgação de notícias falsas e ataques à democracia em 2022. Já a Jovem Pan, em nota, confirma a ausência de acordo e afirma a inexistência de prática de atos lesivos de sua parte, considerando que foram injustamente imputados ao grupo de mídia.
“Diante disso, a Justiça Federal deu andamento ao caso, respeitando o devido processo legal. Dentro dos limites do processo, seja o judicial ou seja o administrativo, a Jovem Pan, ciente da ausência de prática de atos lesivos, injustamente imputados, exercerá o pleno contraditório e a ampla defesa na forma que a lei lhe faculta. O Grupo Jovem Pan reitera sua posição em defesa do Estado Democrático de Direito e de máximo respeito às Liberdades de Expressão e de Imprensa, reforçando a crença de que Justiça prevalecerá”, afirmou o grupo em nota.
Impasse no acordo entre MPF e Jovem Pan
Segundo matéria que foi publicada pela Folha de S.Paulo, o caderno F5 teve acesso ao documento de despacho da juíza Denise Aparecida Avelar, que derruba a suspensão do caso, que estava parado desde outubro para que as negociações acontecessem. “Tendo em vista a manifestação do MPF comunicando o encerramento das tratativas de acordo sem resultado positivo, determino o prosseguimento do feito. Reabro à União Federal o prazo de 72 (setenta e duas) horas para manifestação”, disse a magistrada.
Como acordo, a Jovem Pan havia aceitado veicular durante quatro meses, ao menos 15 vezes por dia, entre 6h e 21h, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral. Esse era um dos pedidos do MPF. Além disso, segundo matéria da Folha, a Jovem Pan também queria a garantia de que não perderia suas concessões públicas de rádio e a liberação do pagamento da multa pedida pelo MPF, de cerca de R$ 13,4 milhões.
Na matéria, o jornal afirma que o MPF até levou em conta que o TAC era o melhor caminho, mas pediu a revisão de cláusulas. Uma delas era justamente a responsabilização financeira, sobre a qual o Ministério Público não quer abrir mão. Com o MPF irredutível na questão financeira, e a Jovem Pan sem querer desembolsar valores altos de multa, uma solicitação pacífica foi abortada.